terça-feira, 22 de março de 2011

DIA MUNDIAL DA ÁGUA - 22 DE MARÇO

Hoje, no Dia Mundial da Água não podia deixar de lembrar o quanto este recurso natural é vital para nossa sobrevivência. Segundo a AMMA-Agencia Municipal de Meio Ambiente, Goiânia possui  um rio - o Meia Ponte, 4 ribeirões - Anicuns, João Leite, Capivara e Dourados e 80 córregos, sendo os mais conhecidos - Cascavel, Botafogo, Vaca Brava, Capim Puba e Buritis. Estes recursos hídricos já estão bastante comprometidos com a poluiçao com esgoto industrial e doméstico jogado nos leitos, o assoreamento causado pela falta de matas ciliares que são retiradas devido a expansão urbana que cria inúmeros bairros, invadindo as margens que deveriam ser protegidas como APPs -áreas de preservação permanente.
Uma área que de acordo com pesquisadores da UFG é de preservação permanente mas que recebeu autorização da Seplam para a construção de oito torres de apartamentos na Av. Pedro Paulo de Souza, quadra HC-06, setor Goiânia 2, na confluência do Rio Meia Ponte com o João Leite.
Hoje, vereadores de Goiânia receberam o secretário de planejamento, Roberto Elias (já foi presidente do Sinduscon) e o presidente da AMMA, Clarismino Jr. para ouvir deles o motivo pelo qual o empreendimento foi liberado. Ali, de acordo com o vereador Elias Vaz, é APP. É que o Plano Diretor diz que às margens dos mananciais existe uma cota de inundação ou planície de alagamento e esta cota também faz parte da APP, segundo artigos 105 e 106. Exatamente onde as torres do Res.Felicitá serão construídas é a planície de inundação dos já citados rios. Não estranhem quando daqui alguns anos houver alagamento naquele lugar.
A Diretora de Projetos da Seplam alertou, no entanto, que as APPs foram definidas nas décadas de 70 e 80 e ainda não houve uma atualização, e por isso o alvará autorizando a construção foi aprovado pela secretaria, pois segundo consta ali, o lugar não faz parte da APP. Aí está foto que a construtora Brookfield divulgou em seu site de vendas. A foto é do mês passado e a construção está bem adiantada, mas agora poderá ser embargada por falta de licença ambiental, segundo disse AMMA.Mas, Seplam afirma que isso só vai acontecer se a Justiça determinar. Enquanto isso creio que a construção vai continuar, os apartamentos serão vendidos e quem vai pagar esta conta? No futuro, os moradores, é claro, pois a natureza sempre cobra a fatura dos nossos atos impensados e desastrosos. Nós invadimos locais onde deveriam permanecer intocáveis e depois podemos nos arrepender amargamente. A região montanhosa do Rio já provou isso há poucos meses e esperamos que Goiânia não tenha que assistir a uma tragédia anunciada... 

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